domingo, 1 de fevereiro de 2009

A transição da Augusta

exibição: 01/02/2009 site: O Diário de Maringá

D+ SP Atualizado Domingo, 01/02/2009 às 02h00

A transição da Augusta

Andye Iore
andye@odiariomaringa.com.br

Um projeto fotográfico mostrou este mês a diversidade, transição e a nova cara da famosa Rua Augusta, em São Paulo. De pontos de prostituição com mulheres e travestis quase nus e agora com jovens que buscam diversão nas baladas sejam emos, punks, skaters, góticos, clubbers, entre outros. Também destaca a gastronomia com vários bares e restaurantes.


“Tentamos mostrar as coisas diferentes que acontecem na Augusta durante 24 horas”, explica o fotógrafo André Douek, 54 anos, que coordena a Jornada Fotográfica, que retrata bairros, ruas, eventos e monumentos históricos paulistanos.

O projeto independente conta com fotógrafos amadores e profissionais que saem em caminhadas para fazer fotografias de assuntos pré-determinados, com algumas delas realizadas em 24 horas.


Como foi a mais recente. A Rua Augusta foi foco entre às 20h do dia 16 (sexta-feira) e às 20h do dia 17 deste mês (sábado).

As imagens foram feitas em seis blocos de 4 horas focando situações e movimentos diferentes da famosa rua paulistana: a moderna agitação juvenil dos bares e casas noturnas (dentro e fora), o amanhecer dos boêmios indo embora, a abertura do comércio, o movimento das tradicionais galerias comerciais, o anoitecer, entre outros. Curiosamente, foi difícil achar prostitutas.

Douek comenta que houve grande interesse pelo projeto com 1,2 mil pessoas buscando informações. Participaram das 24 horas 40 fotógrafos e foram feitos 23 painéis (de 33cm x 48cm) para a exposição que começou esta semana no Bar Café Aprendiz, na Vila Madalena.

Douek lembra que conheceu a fotografia quando tinha 16 anos e o diretor do colégio montou um clube de fotografia. Ele fez um curso de fotogramas, fazendo imagens colocando objetos diretamente no papel fotográfico e se encantou pela arte.

“Parecia que tinha nascido de novo. Descobri uma coisa fantástica”, revela o fotógrafo entusiasta que chegou ao Brasil com sete anos, depois que a família fugiu de conflitos políticos no Cairo, no Egito.

Ele se formou em Belas Artes, trabalhou como repórter fotográfico, deu ala de fotografia e hoje é o responsável em cuidar de um acervo com mais de 600 mil negativos fotográficos na Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.

“Sempre procuro olhar as coisas como se fosse a primeira vez”, revela sua técnica para captar as imagens com a câmera. Muitas delas ignoradas pela população na rotina diária.

Revelando a cidade

A primeira edição do evento fotográfico de André Douek aconteceu em fevereiro de 1996, ainda batizado como Caminhada Fotográfica e que teve como tema o Mercado da Lapa.

As sessões foram até 2000, vinculadas ao Centro de Comunicação e Artes do Senac, sendo realizadas 59 caminhadas mensais gratuitas. E a cada trimestre acontecia uma caminhada fora de São Paulo com a participação média de 90 pessoas que viajavam em dois ônibus. O projeto também passou dois anos pelo Sesc Pompéia, onde foi rebatizado de Jornada Fotográfica.

Depois o projeto ganhou um aspecto mais histórico após Douek ir trabalhar como chefe da seção técnica do Museu Histórico da Imagem Fotográfica da Cidade de São Paulo, no departamento de Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura.

Foram fotografados entre novembro de 2006 a julho de 2007 casas históricas e tombadas em bairros, o Solar da Marquesa de Santos, o Monumento da Independência, entre outros em regiões como Ipiranga, Mooca, Luz, Liberdade que tem moradias e armazéns históricos.

O foco em 2008 foi o patrimônio imaterial. Foram fotografados eventos e festas tradicionais como um bloco de rua no Carnaval de rua no bairro do Bexiga em fevereiro, o Festival das Estrelas em julho no bairro da Liberdade, a decoração de Natal na avenida Paulista em dezembro, festas populares como a de São Genaro (na Móoca), Nossa Senhora da Querupita (no Bexiga), entre outras.

E 2009 começou agitado na Jornada Fotográfica. Além da “Rua Augusta 24 horas”, já está agendada para o dia 20 de fevereiro uma jornada para fotografar blocos de rua no Carnaval.

O ponto de encontro será no Metrô Anhangabaú, às 19h. E outro trabalho que ele está se dedicando é organizar o blog da Jornada para disponibilizar as imagens de arquivos e as novas fotografias.

FOTOGRAFIA
Jornada Fotográfica
Coordenação: André Douek
Para: amadores ou profissionais
Informações: (11) 9113-5311
Site:
www.andredouek.blogspot.com

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